GRADUAÇÕES

Baseado no costume dos antigos valentões de Salvador, que protegiam o pescoço com um pedaço de seda para que a navalha do inimigo escorregasse. Influenciado pelas faixas coloridas das Artes Marciais Orientais, inspirou os cordéis da capoeira.
Atualmente, a graduação é usada para distinguir as várias fases do aprendizado do aluno, sendo que cada grupo ou associação adota o critério e
as cores que mais lhe convierem seguindo suas preferências em fitas, cordéis, cordas, faixas ou lenços de seda em conformidade com o sistema de cores da Bandeira Nacional, das religiões Afro, do Candomblé, dos elementos da natureza (fauna, flora, etc.).
Hoje existem diferenças inclusive na nomeação da graduação. Onde alguns chamam de CORDA e alguns de CORDÃO.
Originalmente, não havia graduação na capoeira. O próprio Mestre Bimba, somente quando considerava um aluno APTO, ou seja, realmente sabedor do que lhe fora ensinado, é que o considerava formado e, seguindo uma tradição, dava-lhe um lenço de seda azul que deveria ser usado amarrado ao pescoço sempre e somente quando o capoeirista ia para a roda jogar.
GRADUAÇÃO SEGUNDO A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CAPOEIRA
A Confederação Brasileira de Capoeira instituiu uma graduação oficial, que é seguida pela grande maioria dos grupos. Essa graduação é definida como mostra-se abaixo:

CORDÉIS

Em 1964, Mestre Mendonça inicia o curso de capoeira com o Mestre Artur Emídio, e em 1967 abraça a causa em prol da regulamentação da capoeira, porque até então ela não tinha regras.
A partir de meados da década de 1960, em São Paulo, quando os Mestres Zé de Freitas, Valdemar "Angoleiro", Paulo Gomes, Pinatti, Joel, Gilvan, Suassuna, Brasília, Silvestre e outros estavam implantando a prática da capoeiragem na sociedade paulistana, não existia graduação, mas existia a hierarquia. Eles eram os mestres de fato, embora não o fossem de direito, uma vez que para serem de direito haveria a necessidade de serem reconhecidos pelo Departamento Nacional de Capoeira da Confederação Brasileira de Pugilismo (CBP), com sede no Rio de Janeiro.
Em 1969 foi realizado, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, um Congresso sobre Capoeira, entre outros, com os seguintes objetivos:
1. Decidir se capoeira era esporte ou folclore;
2. Desenvolver a capoeira no âmbito esportivo, dando-lhe uma roupagem mais "formal".
Participaram do congresso mestres representando os estados do Rio, Bahia e São Paulo. O desenrolar deste processo deu-se nos anos subsequentes, quando Mestre Damianor Ribeiro de Mendonça, então assessor da Confederação Brasileira de Pugilismo, redigiu o "Regulamento Técnico da Capoeira". Tal regulamento, do qual recebi cópia enviada pelo autor (M. Mendonça), foi publicado em 26 de dezembro de 1972, passando a vigorar em 01/12/1973. Até então a capoeira não tinha regras, não era reconhecida pelo País como esporte oficial.
Há alguns grupos que fazem suas graduações de modos diferentes, dependendo e diferenciando de grupo para grupo, como também há grupos que não usam cordéis na cintura, isto é respeitado pela maioria dos capoeiristas, pois o que interessa não são nossas diferenças e sim nossa particularidade que é a capoeira.
Durante as discussões anteriores a aprovação do Regulamento citado acima (1972), Mestre Carlos Sena, aluno de Mestre Bimba, chegou a sugerir o uso de Fitas, não sendo a ideia, na ocasião, aprovada pela maioria.
Prevaleceu a forma de cordéis, muito embora a nomenclatura, sequência de cores e critério para graduação jamais lograram unanimidade no grupo. Sem contar que os mestres mais tradicionais da Bahia (Angoleiros) e do Rio (capoeiras de Sinhozinho) continuaram seguindo seus respectivos costumes.
Em São Paulo, em época anterior ao uso das cordas, cordéis e cordões, a graduação se dava pela cor das calças. Na Academia São Bento Pequeno, por exemplo, calça preta era novato, verde era batizado, amarelo era intermediário, azul referia-se a avançado e calça branca para o Mestre. A academia São Bento Pequeno foi fundada pelos Mestres DjamirPinatti, Paulo Limão e Paulão.
Cabe ressaltar que o uso das cordas, cordéis e cordões, acompanhou a necessidade de se regulamentar a Capoeira face ao regime militar da época, sendo que o "agente regulador" seria, inicialmente, a Confederação Brasileira de Pugilismo. Com o avançar das Federações e Campeonatos, o uso deste tipo de graduação passou a ser comum, sendo assimilado em primeiro momento pelos estados do Rio, São Paulo e Bahia e, posteriormente, para os demais estados.
CORDÉIS CRIADOS PELA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PUGILISMO

GRADUAÇÕES DO GRUPO LIBERTAÇÃO
O sistema de graduações do Grupo Cultural Capoeira Libertação foi criada pelo Mestre Barreira, presidente e fundador do grupo no ano de 2005 e tem a intensão de demonstrar através das cores da bandeira brasileira o desenvolvimento do aluno dentro do grupo.
O sistema contém um conjunto de títulos que se divide de acordo com o grau de conhecimento que o aluno adquire com a prática da arte, são eles:
Iniciante; Aluno Batizado; Monitor; Instrutor; Professor; Contramestre e Mestre.
GRADUAÇÃO ADULTO
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CORDEL VERDE

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CORDEL VERDE AMARELO

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CORDEL AMARELO- MONITOR

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CORDEL AMARELO AZUL - INSTRUTOR

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CORDEL AZUL - PROFESSOR

CORDEL VERDE-AMARELO-AZUL E BRANCO – CONTRAMESTRE

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CORDÉIS DE MESTRE
BRANCO PONTA VERDE – Esta graduação indica que o Mestre possui o título entre um a três anos de formação.

BRANCO PONTA AMARELA – indica que o Mestre possui o título entre três a cinco anos.

BRANCO PONTA AZUL AZUL – indica que o Mestre possui o título entre seis a nove anos.

BRANCO– indica que o Mestre possui o título a mais de dez anos.

GRADUAÇÃO INFANTIL
Os alunos da categoria infantil, isto é, alunos com menos de 13 anos de idade, receberão suas respectivas graduações infantis. Ao completar 14 anos de idade, o aluno passa a usar a graduação de adulto.
Esses requisitos são todos os movimentos, toques e conhecimento teórico que o aluno necessita para troca de graduação.
Após o aluno passar por todas as graduações e atingir a idade de 14 anos, ele será submetido ao exame de avaliação para Monitor (cordel amarelo).
Se o aluno atingiu a idade de 14 anos antes de completar todas as fases da graduação ele trocará automaticamente sua graduação para verde-amarelo adulto, sem submeter-se ao exame de graduação.
Ø CORDEL VERDE CLARO


Ø CORDEL VERDE PONTA AZUL

Ø CORDEL VERDE PONTA AMARELA
Ø CORDEL AMARELO PONTA VERDE

Ø CORDEL AMARELO PONTA AZUL

Ø CORDEL AZUL PONTA VERDE

Ø CORDEL AZUL PONTA AMARELA

SIGNIFICADO DAS CORES DOS CORDÉIS
As cores das graduações do grupo Libertação obedecem às cores da bandeira Brasileira em demonstração ao respeito e patriotismo que todo capoeira tem com sua nação.
O VERDE – representa a esperança, o início da vida como capoeirista.
O VERDE E AMARELO– significa a esperança com a cobiça, a ansiedade por novos aprendizados.
O AMARELO– significa a cobiça, a conquista do novo conhecimento e de crescimento na capoeira.
O AMARELO E AZUL – quer dizer a cobiça com a busca do equilíbrio.
O AZUL– significa o equilíbrio, o estágio de serenidade e controle.
VERDE, AMARELO, AZUL E BRANCO – é o trançado, que é o contramestre. Onde se deve ter o equilíbrio de todos os elementos que compõem as graduações com a paz.
O BRANCO– significa a paz, o estágio mais alto, de maior sabedoria e experiência.